terça-feira, 21 de abril de 2009

Confissões anônimas


Dia 5 de abril de 2009 21h09min

Rio de janeiro, capital.

Poucas estrelas, ócio, solidão são algumas das coisas que aparento de frente. Aquele Maximilian alegre e extrovertido desaparece para forçar a existência de outro cara dentro de mim. O verdadeiro. O que convive comigo desde a primeira dor. Todo mundo tem um desses. Esse cara lhe da um tapa na nuca quando você está prestes a fazer alguma besteira; Esquenta teu rosto quando está apaixonado; Assopra teu pescoço na parte mais vulnerável quando está próximo do prazer.

Ele mora na minha consciência e aparece quando estou sozinho. Ele quer refletir, bater um papo, viajar, me empolgar, me fazer sofrer, ressuscitar a faca que já cortou meu coração, relembrar feitos meritórios.

O que te choca? O que te traz medo? O que te fez sofrer? Do que você se envergonha? Ele te pergunta, sem dó nenhum. Eu respondo: “Não quero pensar em coisas ruins, quero viver coisas boas”. Mas ele tem obrigação de te ensinar, uma realidade que você esquece quando está na companhia dos outros, uma realidade tão inconveniente que ligamos nossos aparelhos de musica, entramos na internet, olhamos nossa página de relacionamentos e nos confortamos com nossos 150 amigos. Alguém já lhe disse, você pode fugir de tudo e de todos, de sua casa, do seu país, mas jamais poderá fugir de si mesmo.

Qual é o erro? Estou de férias e até agora não fui falar comigo mesmo; Fui em boates, shoppings, fiquei dias e dias na frente de um computador, coei café, dormi, acordei, e literalmente, não fiz merda nenhuma de proveitoso da vida. E hoje, quem veio falar comigo? O verdadeiro, ele apareceu, me chamou de idiota e falou que eu perdi meses da minha vida. Ele tem razão, e pior, vem me cobrar cada minuto daqui pra frente.

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